Nos primórdios da Internet era muito simples fazer um cadastro: bastava preencher um formulário e pronto. No entanto, alguns desocupados espertinhos resolveram criar uma forma de fazer envio automático de formulários. Pronto, estava feito o mal. Ok, mas o que isso tem de mal, além de alguns formulários duplicados?
Imagina os serviços de e-mail. Agora imagina o formulário de cadastro de uma nova conta. Simples, não é? A partir desse ponto, imagine um programa de computador que preencha automaticamente esses formulários para criar centenas de contas por minuto. Pense então nessas centenas de contas enviando SPAM para milhões de e-mails sem ter a preocupação se a conta vai ou não ser cancelada (uma vez que é uma conta aleatória). Por isso criaram os captchas, aquele campo de formulário ridículo irritante que ajuda a resolver o problema de envio, porque você é obrigado a provar que é ser humano uma vez que consegue diferenciar e resolver algumas questões que o computador não consegue.
Exemplo de captcha
Outro problema seria esses sites de votação (e.g. Big Brother) que precisa garantir que o voto foi gerado por uma pessoa, não um computador. No entanto, existem captchas que nem nós conseguimos decifrar e isso é um grave problema. Normas de usabilidade ditam que é melhor investir em um sistema anti-spam para “não colocar a culpa no usuário por uma incompetencia sua de não conseguir se prevenir desse problema”. Pois bem, concordo, mesmo sabendo que não é uma tarefa fácil.
É aí que surgiu um serviço bastante interessante: você cria um um campo de captcha para o seu site de forma simples (vários plugins e APIs são disponibilizados) e de forma gratuita. O captcha ainda tem a opção de ler o texto (acessibilidade). Ok, nada de novo. A novidade no entanto é que a imagem exibida é uma parte de um livro que passou pelo processo de OCR mas o software não conseguiu identificar toda a palavra. Quem já utilizou softwares de OCR sabe que isso é comum, mas o que isso ajuda em captchas? Simples: o software não consegue preencher o formulário, mas você sim. E a melhor parte: digitando o captcha você ainda ajuda a corrigir o OCR do livro digitalizado.
O serviço é simples de usar e se chama reCAPTCHA. Achei a idéia tão boa, tão criativa, tão com fins de “organizar toda a informação do mundo” que até podia ser do Google.
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